sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pode acabar com isso aqui!

Vou inaugurar o fim da bossa com uma que me foi contada dias atrás.

Trata-se de um amigo de um amigo meu. Ele e os seus, como bom natalense que é, arrumou uma casa pelo litoral norte do nosso querido RN, numa das mais belas, diga-se de passagem. Esses rapazolas fizeram um contrato com a dona da casa e ali ficaram por todo o mês de janeiro.

Homens culturalmente envolvidos e desenvolvidos que são, destacam-se na multidão pela peculiaridade dos trajes e cabelões. Mas veja bem, nem sempre podemos contar com a compreensão dos locais, e normalmente, estes costumam ver essas peculiaridades como um simbolo claro da homosexualidade.

O amigo do meu amigo, por acaso do destino, gosta bastante de encenar personagens gays característicos. Junte a isso o pitoresco fato: certo dia ele foi ajudar os pescadores locais a puxar a rede de pesca na beira da praia, mas logo que pegou na corda, grossa e salgada como de costume, soltou: má rapaz, posso fazer isso mais não, minhas mãos são tão delicadas. Aos reclames dos demais, o grupo já ficou conhecido como a "casa dos viado".

Em outra ocasião, o amigo do meu amigo, aquele que gosta de personificar bichas afetadas, estava numa dessas performances na varanda frontal da casa, de sunguinha fazendo fio dental (como é de costume), e eis que passa outro companheiro gay, este de verdade, que num suspiro surpreso: Ai, bicha, que delícia...

Mas o fato que quero contar é outro. Já quase no fim do mês, estes rapazolas bebemorando seja lá o que for tiveram uma discussão insignificante. Eis que um chuta o copo do outro, que estava cheio do bom vinho dom bosco, o copo se estilhaça na parede criando aquela mancha escura que mais parecia arte moderna. Um terceiro elemento se levanta indignado com o ocorrido e dispara: vocês tão cagando no pau! O amigo do meu amigo, como sempre em sua imitação de gay, inicia a performance e começa a polgação (ato de se chocar uns contra os outros, como num ringue de MMA, só que de brincadeirinha, como costumam dizer). O imitador começa a gritar enlouquecidamente ainda personificando uma afetada a noite toda.

No outro dia, num passo ofegante, chega a dona da casa esbravejando: pó pará, pó pará! Já sei de tudo que aconteceu aqui. O viado cagou no pau de alguém, vocês espalharam a merda pela parede e ficaram dando nele a noite toda!

Eu, no lugar da distinta senhora, acredito teria pensado o mesmo. Fica a dica.